Startups: um caminho para a inovação em grandes empresas
Modelos comerciais dessas empresas têm gerado muito interesse do mercado
Bruno Maia, Head de Inovação para América Latina, SAS
Imagine uma startup que seja capaz de avaliar a atividade cerebral durante uma sessão de meditação, através de um dispositivo com sensores de ondas acoplados. Imaginou? Agora imagine que, além de avaliar a sessão, esse dispositivo também ajude as pessoas a meditarem melhor.
No modelo B2B dominante no mercado, essa empresa compraria qualquer recurso tecnológico de um fornecedor tradicional; no modelo comercial adotado pelas startups isso não existe. Nesse ambiente, quanto mais aberta ela for, além de eficiente em termos de custos e com ofertas associadas a assinaturas, maior será seu valor de mercado.
Uma abordagem diferente
Hoje, vemos jovens empresas se destacando com muito merecimento, como a Uber e a Airbnb, onde a base tecnológica dos grandes players é mínima, uma vez que elas buscam seus próprios caminhos nessa área. Diante disso, o que uma grande companhia de tecnologia, e com perfil tradicional, deve fazer para continuar relevante na nova economia? Testar esse novo modelo de negócio.
Um caminho para isso é apostar em um programa de aceleração de startups, considerando desde a criação de espaços de trabalho e premiações de ideias, por exemplo, até o acesso a clientes e o fornecimento de recursos tecnológicos para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
60% das organizações acreditam que a inteligência analítica as torna mais inovadoras...
... e 98% afirmam que essa tecnologia possui um papel em seus modelos de negócios. Quer saber mais? Leia o estudo completo do SAS.
A mudança começa pelo mindset
Mas qual deve ser o diferencial da grande empresa para atraí-las e gerar projetos de valor? A resposta mais simples seria "vários", mas o grande segredo está na adoção de uma postura de parceria, que pode ser uma excelente opção para quem está em busca de inovação e melhor eficiência atreladas a novas oportunidades de negócio.
Não é à toa que grandes empresas vêm trilhando esse universo com maior intensidade. De modo geral, companhias mais tradicionais buscam inovar dessa maneira por saberem, por exemplo, que as startups têm menos amarras e políticas internas, dando mais flexibilidade à condução dos projetos. Além disso, os grandes players estão cientes de que precisam acompanhar com frequência as novas tendências tecnológicas, do contrário, sabem que ficarão para trás. E nada melhor nessas horas do que investir em uma saudável troca de conhecimentos.
Diversos fatores caracterizam as parcerias de sucesso e a liberdade é um deles. As startups são, em sua essência, livres para tomar suas próprias decisões e não veem com bons olhos o sufocamento típico das grandes empresas, que também ocorre quando passam a atuar em parceria, sob o mesmo teto, onde normalmente surge um choque de culturas. Em uma linguagem mais popular, as startups gostam mesmo é de ficar; não existe essa história de namoro.
As pessoas que produzem os melhores resultados são as mais abertas, e positivas. É um fato. São aquelas que mais se aproximam de suas equipes em vez de criarem barreiras de formalidade entre as pessoas, independentemente de sua senioridade. Marvio Portela VP para América Latina SAS
Lidando com um relacionamento "moderno"
Ter liberdade também se traduz em uma governança mais flexível para o novo empreendedor, facilitando seu crescimento e permitindo que ele consiga andar com as próprias pernas para levantar mais capital. Muitas vezes, os contratos têm tantas cláusulas que mais atrapalham do que ajudam e fazem com que a startup adote um perfil semelhante ao de uma empresa tradicional. Deve-se considerar também facilitar sua integração às redes de contatos que tanto almejam e nas quais precisam estar inseridas, sejam eles potenciais investidores ou clientes.
Bons exemplos não faltam quando se trata de parcerias de sucesso no ecossistema das startups. Grandes organizações dos mais diferentes segmentos optaram por essa estratégia e estão indo muito bem. Mas assim como acontece na maioria dos relacionamentos, é necessário dar asas para que essas novas empresas possam voar, tenham raízes para voltar e motivos para ficar.
Sobre o autor
Bruno Maia é formado em Ciência da Computação pela PUC-RJ. Tem grande experiência na indústria de software, com foco na área de vendas de soluções Analytics. Ao longo de sua carreira, atuou em empresas como Oi, IBM e Oracle.
Maia ingressou no SAS em 2012.
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