Dados como ativo estratégico?
Cassio Pantaleoni, Country Manager, SAS Brasil
Houve um tempo em que os dados coletados não tinham outro destino senão as numerosas prateleiras com dezenas e centenas de pastas de arquivos, devidamente catalogadas e com data definida para descarte. Hoje a situação é outra e todos concordam que a combinação e o tratamento dos dados através de instrumental analítico geram informações valiosas e vitais para qualquer organização.
É notório também que a crescente armazenagem de dados não estruturados incorpora dificuldades adicionais nos processos que visam extrair deles benefícios para o negócio. De certo modo, é um campo muito amplo e cheio de oportunidades e, em razão disso, motiva as empresas a considerar seriamente uma nova área de responsabilidade.
Tenho observado o mercado e percebido que as organizações que consideram seus dados com seriedade se dispõem naturalmente a instituir a figura do Chief Data Officer (CDO). Obviamente, algumas indústrias percorrem um longo caminho até realizarem o quão necessária esta função é. Outras, entretanto, como nos setores financeiro, de manufatura e de telecomunicações, tendem a se posicionar na vanguarda e não hesitam diante desta necessidade. Esta função é imprescindível quando se quer dar maiores insumos para a tomada de decisão.
Como a nova economia analítica está transformando as organizações?
Assim como a internet resultou na evolução para uma economia digital, a inteligência analítica está criando uma nova economia, na qual ações e decisões de negócios são baseadas na análise sistemática dos dados.
Com o avanço das estratégias digitais, segundo o Gartner, 47% dos CEOs em todo o mundo estão sendo desafiados pelos conselhos a obter sucesso nesta abordagem. Assim, a função de um executivo com foco em dados para impulsionar os negócios no ambiente digital faz todo o sentido e não há dúvidas de que a função de CDO exigirá do profissional conhecimento amplo das áreas de negócios, marketing e tecnologia.
Até pouco tempo, os executivos que reuniam características similares eram os CIOs (Chief Information Officers) e o CMOs (Chief Marketing Officers). Porém, com o surgimento da Internet das Coisas e da Inteligência Artificial, tanto as metodologias quanto os conceitos como Design Thinking, Scrum, entre outros, tornaram-se requerimentos indispensáveis para profissionais que lidam com dados. Ou seja, o CDO necessita ser o profissional de perfil híbrido, que conhece não somente as disciplinas da área de tecnologia como também as novas tendências de negócios no ambiente digital.
A atuação do CDO é crucial para oferecer as condições de uso dos dados ajustadas aos objetivos estratégicos da empresa. Além disso, dada a sua responsabilidade pela governança, qualidade e segurança dos dados, sua função oferece relevo à orientação analítica de todas áreas do negócio diante da transformação imposta pelas novas estratégias digitais.
Sobre o autor
Cássio Pantaleoni ocupa o cargo de Country Manager do SAS Brasil desde agosto de 2017. Com mais de 30 anos de experiência no setor de tecnologia, atuou em empresas como SAP, Oracle, BEA Systems e TIBCO Software, até chegar ao SAS em 2008 como diretor comercial. O executivo teve uma breve passagem pela unidade do SAS Colômbia, onde atuou como diretor de Operações. É graduado e mestre em Filosofia pela PUC-RS, com complementação curricular em Psicologia.
Paralelamente a carreira executiva, Cassio Pantaleoni é escritor e já teve 9 de suas obras publicadas. Em 2013 ganhou o Prêmio Guavira de Literatura, oferecido pela Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e em 2015 foi selecionado como finalista do Prêmio Jabuti.
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